TI Apiaká do Pontal e Isolados
A TI Apiaká do Pontal e Isolados possui uma área de 982.324 hectares e está situada no município de Apiacás, no extremo norte de Mato Grosso, localizada na tríplice fronteira dos estados do Amazonas, Pará e Mato Grosso. A população de aproximadamente 400 pessoas se divide em quatro aldeias (Pontal, Canindé, Piraputua e Matrinxã), além de pequenos núcleos familiares ao longo do rio Teles Pires.
A venda da castanha, o artesanato e o turismo de pesca são, atualmente, as principais atividades econômicas dos Apiaká. Entre as ameaças ao território destacam-se atividades de garimpo ilegal, pressões fundiárias (sobreposições de Cadastros Ambientais sobre a TI), mineração, projetos hidrelétricos, desmatamento e a pesca predatória.
Trata-se de um território oficialmente delimitado, mas cuja demarcação ainda não foi homologada. A área do Parque Nacional do Juruena, criado em 2006, se sobrepôs integralmente à TI Apiaká do Pontal e Isolados. Os Apiaká, o ICMBio, o Ibama e a Funai estudam a elaboração de um plano de administração conjunta para a gestão compartilhada da área sobreposta.
Com base em mapas, documentos e textos antigos, pode-se considerar como território histórico Apiaká a imensa área entre o médio curso do rio Arinos e afluentes (ao sul), o alto curso do rio Tapajós (a norte), afluentes da margem esquerda do Juruena (a oeste) e afluentes da margem direita do rio Teles Pires (a leste).
Entretanto, diante das perseguições e ameaças às quais foram submetidos ao longo do século XIX, tiveram que se espalhar como estratégia de sobrevivência. Após o apaziguamento dos conflitos, as aldeias voltaram a se localizar no Pontal de Mato Grosso. Este contexto permite conjecturar que houve uma dinâmica dos Apiaká de reocupar o seu território original.
Mesmo com registros sobre a presença Munduruku na região, é consenso entre eles que o Pontal do Mato Grosso é um território Apiaká. Além de um importante corredor de biodiversidade, o Pontal é considerado um escudo protetor da bacia do alto rio Tapajós, dado o arranjo contínuo de terras indígenas e unidades de conservação.
Apiaká se refere ao marimbondo apiacá, que viaja longas distâncias para vingar-se do agressor. Outra versão diz que deriva do termo Tupi “apiaba”, que significa “pessoa”, “gente”.