Conhecidos como "Canoeiros" e tidos como guerreiros ferozes, os Rikbaktsa enfrentaram um processo de depopulação que resultou na morte de 75% do povo na metade do século XX. Hoje somam quase 2 mil indivíduos divididos em três territórios que compreendem uma importante área de transição entre a Floresta Amazônica e o Cerrado.

No noroeste de Mato Grosso, os Rikbaktsa vivem em duas terras indígenas contíguas, a TI Erikpatsa (79.935 ha) e a TI Japuíra (152.509 ha). Mais ao norte, na margem esquerda do rio Juruena, está localizado o terceiro território, a TI Escondido (168.938 ha). Apesar das três áreas, se autodenominam como um único povo e utilizam os três territórios de forma semelhante.

Na perspectiva Rikbaktsa, são mais caçadores e coletores do que agricultores, embora a agricultura e as festas rituais a ela associadas tenham um papel central no ritmo e organização da vida social. A economia Rikbaktsa é sazonal, caracterizada pela alternância de diferentes atividades ao longo do ano. Sem desconsiderar a extensa variedade de frutas silvestres, o alimento coletado mais importante na dieta do povo é a Castanha do Brasil.

A produção e venda de artesanato e castanha são as principais atividades econômicas dos Rikbaktsa, que esporadicamente também vendem peixes e outros produtos para o pequeno comércio regional. A caça, a pesca e a coleta são importantes para garantir a soberania alimentar do povo, mas o avanço do desmatamento e o crescimento da pesca comercial têm prejudicado a reprodução das espécies, aumentando assim a dependência do mercado.

Desde a elaboração do PGTA Rikbaktsa, o povo está determinado a implementar ações de proteção e monitoramento dos seus territórios, aumentar a possibilidade das suas associações terem melhores condições de organização e de gestão de pequenos projetos, além de iniciarem um trabalho voltado ao turismo de base comunitária.