O projeto Berço das Águas, patrocinado pelo Petrobrás através do Programa Petrobras Socioambiental, soma forças a uma parceria histórica entre a Operação Amazônia Nativa (OPAN) e os povos indígenas da bacia do rio Juruena. A quarta edição do projeto tem como protagonistas os povos Rikbaktsa e Apiaká. Além da gestão e proteção territorial, as ações visam o fortalecimento de organizações indígenas e de cadeias de valor da sociobiodiversidade.
A atuação envolve três terras indígenas Rikbaktsa (TI Erikpatsa, TI Escondido e TI Japuíra) e uma Apiaká (TI Apiaká do Pontal e Isolados), somando um total de 1.387.033 hectares, que garantem a estocagem de 190,3 milhões de toneladas de Carbono. Os territórios estão localizados na região de formação de dois importantes rios amazônicos, o Juruena e o Tapajós.
A implementação de ações do Plano de Gestão Territorial e Ambiental (PGTA) dos territórios Rikbaktsa e a elaboração da segunda etapa do PGTA da TI Apiaká do Pontal e Isolados norteiam o projeto. Neste sentido, estão previstas ações de monitoramento e proteção dos territórios; manejo sustentável de recursos naturais como a castanha da Amazônia; geração de alternativas econômicas como o turismo de base comunitária, fortalecimento das organizações sociais visando maior autonomia e a ampliação do diálogo com instituições governamentais e não governamentais.
Nas edições anteriores do projeto Berço das Águas, entre 2011 e 2020, a OPAN facilitou a elaboração e a implementação de planos de gestão territorial e ambiental em cinco terras indígenas da bacia (Manoki, Myky, Pirineus de Souza, Tirecatinga e Rikbaktsa). Foram definidas diretrizes, elaborados diagnósticos participativos, calendários sazonais, etnomapeamentos e etnozoneamentos, acordos para o uso e ocupação dos territórios, além de diversas formações e ações que contribuíram com a educação ambiental, proteção e monitoramento dos territórios, segurança alimentar e apoio aos rituais.
Vivem na bacia do Juruena os povos Myky, Manoki-Irantxe, Enawene Nawe, Nambikwara, Bakairi, Rikbaktsa, Kayabi, Apiaká, Munduruku e Paresi, além de grupos isolados. Esses povos habitam 22 terras indígenas, o que representa 25% dos territórios indígenas de Mato Grosso, estendendo-se por uma área equivalente a 27% da bacia e abarcando 17 municípios. A parceria de mais de uma década com a Petrobras, através do projeto Berço das Águas, tem possibilitado à OPAN ampliar o apoio a estes povos.
Estão previstas, até o final de 2026, ações de monitoramento e proteção dos territórios, manejo sustentável de recursos naturais, geração de alternativas econômicas, fortalecimento das organizações indígenas e das cadeias de valor da sociobiodiversidade.